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domingo, 18 de dezembro de 2011

Estudo no AM quer caracterizar vírus que atacam o sistema nervoso central

Diagnóstico molecular possibilita a identificação de agentes virais.
Já foi possível identificar agente etiológico em 31% de meningoencefalites.


Identificar os vírus que causam infecções no sistema nervoso central é o objetivo do estudo ‘Caracterização molecular dos vírus nas infecções do sistema nervoso central no Estado do Amazonas, da farmacêutica-bioquímica do Laboratório de Virologia da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT HVD), Michele de Souza Bastos Barrionuevo.

O trabalho conta com financiamento do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada (PPSUS), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A pesquisadora disse que, entre todos os casos de meningites notificados na FMT, no período entre 2007 e 2010, cerca de 21% são de etiologia viral, ou seja, sem identificação do agente etiológico (relativo à origem viral). “Isso chamou muito a atenção do nosso grupo de pesquisa. A partir daí, estamos tentando identificar esses vírus para depois tentarmos compreender como se dá essa atuação no sistema nervoso central", disse a pesquisadora.

De acordo com Barrionuevo, os vírus mais propensos a causar infecções no sistema nervoso central são os herpesvírus, enterovírus e os arbovírus, entre esses, podemos destacar os vírus da dengue, da encefalite de Saint Louis, vírus rocio e os vírus das encefalites equina do leste, encefalite equina do oeste e encefalite equina venezuelana.

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O estudo vem sendo realizado em parceria com Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Saúde (MS) e o Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane – Fiocruz Amazônia e o Centro de Virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto).

Diagnóstico molecular

A partir do diagnóstico molecular, realizado diretamente no Líquido Cefalorraquidiano (LCR), conhecido como Fluido Cerebrospinal ou Líquor do paciente, é possível fazer a identificação dos agentes virais. Ela explica que o LCR é um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subaracnoídeo no cérebro. “É uma solução salina muito pura, pobre em proteínas e células, que age como um amortecedor entre o córtex cerebral e a medula espinhal”, disse.

Na presença de infecção no sistema nervoso central, é possível identificar o agente etiológico nesse fluido. Essa identificação será futuramente útil ao paciente, ao corpo clínico e, para as autoridades de saúde pública e do Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado do Amazonas, completou.

Segundo a pesquisadora, até o momento, foi possível identificar o agente etiológico em 31% (41/130) dos casos de meningoencefalites virais em 130 pacientes atendidos na FMT-HVD. Os vírus identificados foram: varicela zoster vírus, citomegalovirus, epstein-barr vírus, herpes simplex tipo 1 e 2, vírus oropouche, vírus da dengue e enterovirus.

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Segundo Barrionuevo, a implantação dessa metodologia resultará em uma nova linha de pesquisa, pioneira no Estado do Amazonas e facilitará as ações de vigilância para esses vírus tão pouco estudados.

Sobre o PPSUS
O Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão compartilhada em saúde (PPSUS), desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e CNPq, consiste em apoiar, com recursos financeiros, projetos de pesquisa que visem a promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado do Amazonas.

Fonte: G1.

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