Mudanças climáticas, desastres naturais
e prevenção de riscos

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Árvores clonadas em laboratório

Cedro, jacarandá, sucupira. A lista contém 20 espécies que podem ser copiadas pelo Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste

A ciência tornou-se aliada da Mata Atlântica. Na lista dos biomas mais afetados pelo desmatamento no mundo, ela não apenas vem perdendo áreas como corre o risco de que algumas de suas árvores se extinguam. Riscos assim podem ser encontrados no pouco que sobrou da mata em Pernambuco. É o caso do cedro. Considerada madeira nobre, a espécie integra a lista de 20 que poderão ser clonadas pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) para que as futuras gerações possam apreciá-las.

Além do cedro, a lista inclui espécies bastantes conhecidas da Mata Atlântica. O jacarandá, o visgueiro, a sucupira roxa e a maçaranduba estão entre as selecionadas para serem estudadas. A escolha dessas espécies foi feita por pesquisadores de seis instituições brasileiras que trabalham com o bioma. “E cabe ao Cetene, nesse processo, tentar desenvolver os protocolos para a multiplicação das plantas in vitro”, esclareceu a coordenadora da pesquisa, Laureen Michelle Houllou Kido. Protocolo, na linguagem científica, é metodologia empregada.

Siga a SNCT Uberlândia no Twitter


Os pesquisadores terão como uma das referências o projeto do Cetene voltado para clonagem dos ipês. O primeiro ipê multiplicado em laboratório foi o rosa, estando em andamento as experiências com o roxo, o branco e o amarelo. Mas o projeto que envolve o cedro e o jacarandá é mais amplo. Com financiamento inicial do Ministério de Ciência e Tecnologia está sendo montado um programa para reprodução in vitro de árvores da Mata Atlântica. E o programa, se comparado ao projeto, terá uma duração maior. Enquanto os projetos costumam durar de 3 a 4 anos, o programa pode ultrapassar os 10 anos.

Com mais tempo, segundo Laureen, será possível ampliar a lista de espécies a serem clonadas. Foi o que aconteceu com o oiti coró. A árvore não constava na lista inicial das espécies selecionadas, mas foi incluída devido ao espaço entre as florações. Ele flora a cada dois ou três anos e, desse modo, dificulta a captação de sementes para o desenvolvimento da pesquisa. “Não estávamos conseguindo achar nenhuma planta matriz. Localizamos uma propriedade em Bonito (Agreste) que tem dez árvores”, disse. Espécies, como a sucupira, poderão ser inseridas no programs devido às taxas baixas de germinação das sementes.

Curta a página da SNCT no Facebook


A clonagem de árvores difere da experiência envolvendo animais. “Com animais é mais difícil”, esclareceu Laureen. As pesquisas com plantas vêm sendo sendo feitas há mais de 40 anos em diversos países, inclusive no Brasil, porém o foco dos estudos é mais centrado em culturas de valor comercial. Entre elas, a do arroz e a da soja.

Saiba mais

Árvores que serão clonadas

Ipês roxos, amarelo e branco
Amescla
Angilis
Cabotão de rego
Cedro
Cumarú
Jacarandá
Louro
Maçaranduba
Maria-preta
Murici
Oiti coró
Pau de jangada
Pau-d’óleo
Praiba
Sapucaia
Sucupira roxa
Visgueiro

Fonte: Diário de Pernambuco.

0 comentários:

Postar um comentário



 
Design by Adilmar Coelho Dantas | Edited by Renata da Silva Souza | Open Source