Mudanças climáticas, desastres naturais
e prevenção de riscos

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Dissertação associa queda de idoso a cochilos diurnos

Fisioterapeuta vê relação entre ocorrências e sintomas de insônia noturna na terceira idade

Aquele cochilo que muitos idosos dão durante o dia merece um olhar mais cuidadoso por parte dos profissionais de saúde, principalmente quanto à frequência e duração do hábito. O alerta é do fisioterapeuta Alexandre Alves Pereira, que encontrou uma relação significativa entre sintomas de insônia, cochilo diurno e ocorrência de quedas em idosos, em pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). O estudo cruzou informações do banco de dados do Estudo Fibra (Fragilidade em Idosos Brasileiros), por meio do qual foram entrevistados 689 idosos em Campinas.

A ocorrência de quedas nesta população atingiu 26,2%, sendo que 11,87% sofreram duas ou mais quedas. Segundo Pereira, levando em consideração as consequências físicas e psicológicas que o episódio ocasiona em pessoas de mais idade, a porcentagem deve ser observada com atenção. “As quedas representam um grave problema de saúde pública na população idosa, configurando uma síndrome clínica com impacto significativo sobre a qualidade de vida”, destaca Pereira, lembrando que entre as complicações está o risco de fraturas, além do medo de cair novamente, bem como o risco de internação e morte.

Curta a página da SNCT no Facebook


Alexandre Pereira explica ainda que são vários os fatores que levam o idoso a cair. Por isso, são relevantes as pesquisas cujo foco são aspectos que podem estar relacionados a esta ocorrência e, assim, ampliar as estratégias de prevenção. Neste sentido, o estudo indica a necessidade de avaliação mais criteriosa da qualidade do sono e suas consequências para o idoso, pois podem revelar piora na condição de saúde e declínio funcional. “É comum ouvirmos a afirmação de que o cochilo diurno na velhice é corriqueiro, pois a prevalência é alta. Mas, a idade avançada não é condição única para o surgimento do cochilo. Ele pode ser motivado por algum quadro de enfermidade, por exemplo. Neste sentido, a pesquisa sugere que este tipo de ocorrência deve ser investigado, principalmente, porque mesmo as quedas também podem indicar outro problema”, reafirma.

A pesquisa realizada pelo fisioterapeuta buscou o número de idosos que respondia positivamente a uma das questões que evidenciam a presença de sintomas de insônia. São elas: dificuldade ao iniciar o sono, dificuldade em manter o sono, despertar precocemente ou dormir mal durante a noite. O estudo buscou ainda identificar os idosos que respondiam afirmativamente sobre o costume de cochilar durante o dia e aqueles que apresentaram quedas nos últimos 12 meses.

Siga a SNCT Uberlândia no Twitter


Na sequência, o fisioterapeuta fez o cruzamento de todos os dados e indicou as associações, que segundo ele, são pouco exploradas na literatura científica. “Acredito que a pesquisa abre um caminho para se avaliar o impacto das intervenções nas queixas e hábitos relativos ao sono na velhice visando à prevenção de eventos adversos”, afirma.

Publicação
Dissertação: “Relação entre atividade física, capacidade funcional, velocidade da marcha, sintomas de insônia, cochilo diurno, sintomas depressivos e ocorrência de quedas em idosos residentes na comunidade”
Autor: Alexandre Alves Pereira
Orientador: Maria Filomena Ceolim
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
Financiamento: CNPq e CAPES

Fonte: Jornal da Unicamp.

0 comentários:

Postar um comentário



 
Design by Adilmar Coelho Dantas | Edited by Renata da Silva Souza | Open Source